Todo 2 de abril comemora-se o Dia
Mundial da Conscientização do Autismo, data criada pela ONU (Organização das
Nações Unidas) em 2008 para pedir atenção ao transtorno do espectro autista
(nome oficial do autismo), cuja incidência em crianças é mais comum e maior do
que a soma dos casos de AIDS, câncer e diabetes juntos. No Brasil estima-se que
tenhamos 2 milhões de autistas, mais da metade ainda sem diagnóstico.
Embora o autismo possa afetar crianças
de qualquer raça ou etnia, é quatro vezes mais comum em meninos que em meninas.
Por isso neste dia se usa a cor azul, para mostrar solidariedade e trazer o
assunto à população em geral.
TDGrux é um jogo desenvolvido especificamente para
auxiliar no desenvolvimento social e cognitivo de pessoas com Transtorno global
do desenvolvimento (TGD), e faz parte de uma série de inovações do programa
Tecnologia Cidadã. Este programa abrange toda a prefeitura e visa aumentar a
qualidade de vida da população, oferecendo serviços, formação, acesso à
internet e tudo que facilite a vida das pessoas. O programa também foca a
inclusão global. Todas as inovações devem atingir a todos sem distinção, assim
como todos os locais da prefeitura que atendem aos cidadãos devem ser
globalmente acessíveis, inclusive para deficientes físicos e mentais.
Segundo o Centro de
Inclusão e Apoio ao Autista de Guarulhos: Hoje parece que quase todo mundo
conhece um amigo ou um parente que tem uma criança com algum transtorno do
desenvolvimento. Não é surpresa, uma vez que as estatísticas atuais colocam uma
criança a cada 116 no espectro autista.
A motivação para o desenvolvimento do TDGrux foi a falta de atividades similares a ele que
pudessem ser adquiridas de forma gratuita. Foi idealizado visando aumentar a
inclusão social e digital de deficientes,
buscando a inclusão global
independente de limitações físicas e mentais, dando oportunidades e
condições de acessibilidade a todos.
O TDGrux trabalha para facilitar a interação das crianças com o ambiente,
possibilitando maior aproximação das pessoas que as cercam. O jogo, que está em
constante evolução, já é capaz de auxiliar pessoas com este transtorno,
conforme estudos junto ao CIAAG - Centro de Inclusão e Apoio ao Autista de
Guarulhos.
O jogo foi
disponibilizado em duas versões, uma on-line e outra executável, atendendo a todas as plataformas.
É recomendável utilizar
navegadores atualizados devido à utilização de tags de HTML5, sendo de extrema
importância a atualização para desempenho eficaz do jogo.
O primeiro jogo do
TDGrux é baseado no livro “Brincar para Crescer – Instituto SonRise”. O jogo auxilia o desenvolvimento infantil de
forma lúdica, tendo diversas opções de imagens, cores e áudio. Assim, as crianças poderão identificar os
itens que mais lhe agradam, tornando a experiência do jogo personalizada e
fácil de acompanhar.
Identificar os itens
que mais atraem ou chamam atenção da criança é fundamental para que ela
participe da atividade e possa falar o que vê. Focando nesse objetivo, a
tecnologia surge como ferramenta para contribuir em seu desenvolvimento em
todos os níveis.
Trabalhando com as Diferenças
Dia 21 de Março foi o dia
Internacional da Síndrome de Down. A data é comemorada este dia porque esta
data se escreve como 21/3 (ou 3-21), o que faz alusão à trissomia do cromossomo
21.
Aproveitando o momento
de falar sobre como é trabalhar com pessoas diferentes, conversamos com a
Agente de Inclusão Digital Josiane Moreira, que trabalha no Telecidadania
Ottawa e teve um aluno Down assim que começou a dar aulas. Ela diz: “Para mim
dar aula já era algo novo, e ter uma criança especial, em meio aos outros
alunos de faixas etárias variadas era bastante desafiador.”
Cândido, de 13 anos,
tinha dificuldade para se concentrar na aula, não sabia ler nem saber
diferenciar as cores e não conhecia alfabeto. Josiane diz: Me preocupava pensando
se ele acompanharia a turma, se aprenderia...e no decorrer do curso peguei um
carinho muito grande por ele.
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Josi e o aluno Cândido |
“Quando estava
ensinando o editor de texto, por exemplo, eu escrevia na lousa o nome dele e
pedia que ele localizasse as letras no teclado. Pedia que ele tentasse copiar,
e ficava ao lado dele, ajudando ele a digitar. Mostrava as cores e falava o
nome delas.”
“A presença dele era
muito especial nas aulas, todos os alunos gostavam dele e quando estava ausente
todos sentiam sua falta. Quando eu tinha que interagir com ele e com os outros
alunos, pedia que ele jogasse os jogos educativos que tem no Guarux, como o
Potato Guy, que é mais conhecido como Senhor Batata. Nele você monta o
personagem colocando os olhos, orelhas, roupas etc. Mostrava também o Ftk
attack, que é um jogo de sobre cores, e falava das cores os nomes delas.
“A experiência de dar
aula para um aluno com Síndrome de Down foi maravilhosa, e percebi que sempre é
preciso saber mais, e que é preciso estar preparada para receber essas
crianças. Saber como prender a atenção dela e de fato ensinar algo!
Inclui-los de fato em
nosso mundo mostrar as cores, nomes dos objetos e ensina-los a escrever. Creio
que é possível, só precisamos estar preparados para esse desafio e abraçar esta
causa!